Cachorro
4 min
Filhotes, adultos ou velhinhos, doenças de gato podem acometer felinos de todas as idades. Algumas delas são difíceis de prevenir, já que dependem de fatores genéticos. Outras, no entanto, são totalmente evitáveis e podem ser evitadas por meio de cuidados com a saúde do bichano ao longo da vida.
Mas calma! Nem todas as doenças comuns em gatos são perigosas e podem causar complicações sérias. A prevenção e o diagnóstico precoce podem diminuir consideravelmente a potência de algumas enfermidades, o que exige cuidado e atenção dos tutores com o peludinho.
Neste post, vamos falar sobre algumas doenças comuns nos gatinhos. Leia com atenção e lembre-se: ao notar qualquer alteração no comportamento do pet, vá ao médico-veterinário imediatamente!
Boa leitura!
A FeLV é uma doença causada por um vírus que costuma se alojar no organismo dos gatos e pode ser transmitido quando os gatinhos compartilham a saliva entre si ou lambem feridas ou mucosas de outros felinos. Também pode acontecer no compartilhamento de comedouros e bebedouros.
A sigla FeLV (Feline Leukemia Virus), na tradução para o português, significa “Leucemia Felina” e é uma das doenças mais graves que podem acometer os bichanos. Para se ter uma ideia, 1 a cada 3 gatos que contraem o vírus desenvolvem uma infecção permanente, aumentando os riscos de óbito.
A doença é silenciosa e muito gradativa. O vírus age enfraquecendo o sistema imunológico dos gatos, os deixando suscetíveis a inúmeras doenças e facilitando a proliferação de várias infecções.
Gravidade da doença: | Alta |
Risco de óbito: | Sim |
Transmissível aos humanos: | Não |
Alguns dos sintomas mais comuns de FeLV em gatos são:
O diagnóstico da doença é feito por meio de exames de laboratório, na maioria dos casos por testes de antígenos Elisa ou o PCR (Proteína C Reativa).
Infelizmente, não há cura para a FeLV em gatinhos, o que significa que o felino nunca vai se livrar do vírus. No entanto, é possível, por meio de medicações e tratamento indicado pelo médico-veterinário, manter o pet saudável e com longevidade parecida com gatinhos sem a doença.
Importante: pelo risco de transmissão da doença, não se deve deixar o gatinho infectado junto a outros não infectados.
É essencial manter comedouros e bebedouros únicos para cada gato da casa e jamais deixá-los compartilhar. O cuidado com a alimentação e as visitas periódicas ao médico-veterinário também devem ser levadas a sério.
A castração também é uma forma eficaz de prevenção, já que inibe alguns comportamentos dos gatos, como a fuga para a rua no período do cio, que acaba aumentando as chances de contágio com outros animais infectados.
Presente no sangue e na saliva, o vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) é extremamente letal e silencioso, no qual diversos bichanos podem ficar anos com o vírus sem qualquer sintoma.
Se o gatinho estiver infectado, a depender do momento do diagnóstico e de sua idade, a doença é incurável.
A FIV é geralmente comparada ao HIV nos humanos, principalmente pela forma que age nas células do sistema imunitário (células sanguíneas brancas), prejudicando a eficácia no controle e eliminação de infecções.
A forma mais comum de contágio é pelo sangue, ou seja, o gatinho ainda não infectado precisa interagir de alguma forma com o sangue do animal contaminado. Isso, comumente, acontece em brigas de gatos em que há mordidas.
Gravidade da doença: | Alta |
Risco de óbito: | Sim |
Transmissível aos humanos: | Não |
Alguns dos sintomas mais comuns de FIV em gatos são:
Por ser uma doença sem cura, o tratamento é paliativo, investindo na qualidade de vida do gato após o diagnóstico positivo. O cuidado com a alimentação, vacinação e o isolamento do bichano com outros pets é fundamental para diminuir as chances de proliferação da enfermidade.
Castração é a palavra-chave para prevenir a doença. Com a queda na taxa hormonal, dificilmente esses animais vão para a rua em busca de um parceiro, evitando diversos riscos de contaminação.
A doença é considerada uma zoonose, ou seja, é transmissível para humanos e outros animais por meio do principal agente: o gato.
Na verdade, dificilmente a interação direta com esses pets vai causar a transmissão. O perigo está no contato com as fezes desses animais, que podem estar contaminadas pelo parasita Toxoplasma gondii.
Também conhecida como “doença dos gatos”, é injusto responsabilizar somente esses felinos pela disseminação. Humanos podem contrair a doença ao ingerir água ou alimentos infectados (como a carne crua, por exemplo).
Gravidade da doença: | Média |
Risco de óbito: | Sim* |
Transmissível aos humanos: | Sim |
* A doença, em si, não leva ao óbito, mas deixa o organismo do gato suscetível a outras doenças letais, como a pneumonia e a hepatite.
Alguns dos sintomas mais comuns de FIV em gatos são:
O tratamento da toxoplasmose em gatos é feito por meio de clindamicina na dose de 25mg/Kg por via oral a cada 12 horas durante 2 a 3 semanas.
Prevenir a toxoplasmose é cuidar muito bem da alimentação do felino e evitar dar carne de outros animais para ele, principalmente de origem suína ou de roedores. O mesmo vale para carnes cruas. Dê preferência, sempre que possível, a rações indicadas pelo médico-veterinário.
Por ser um doença assintomática em muitos dos casos, faça exames regulares para notar a presença do parasita no organismo do pet.
Altamente letal, a PIF, sigla para Peritonite Infecciosa, é uma doença que causa dúvidas até mesmo nos profissionais da medicina veterinária.
Ela é causada por um vírus que faz parte da ordem Nidovirales. Também silenciosa e muitas vezes assintomática, costuma acometer gatos filhotes e menores de 2 anos de idade.
Devido à mutação do vírus, alguns felinos vão sentir os efeitos da doença, enquanto outros podem passar anos sem nenhum sintoma.
A doença pode evoluir por meio de duas circunstâncias: a PIF efusiva e PIF não efusiva. A primeira costuma impactar no acúmulo de líquido no tórax e abdômen. Já no segundo caso, alguns órgãos do animal vão perdendo a função, podendo parar de funcionar.
Gravidade da doença: | Alta |
Risco de óbito: | Sim |
Transmissível aos humanos: | Não |
Alguns dos sintomas mais comuns de PIF em gatos são:
Até o momento, não há cura para a doença. O que tem se tem são tratamentos alternativos, mas que ainda são ilegais no país.
O tratamento pode ser feito com fluidoterapia e medicações indicadas pelo médico-veterinário. O procedimento também pode envolver a remoção do líquido torácico e abdominal.
Restringir o acesso do gato à rua é a melhor forma de evitar o contato com animais infectados, assim como fezes e outros dejetos que possam conter o vírus causador da PIF.
Não são só humanos que podem ser acometidos da pneumonia. Com os gatos, essa doença também pode se proliferar e causar complicações.
Trata-se de um processo infeccioso causado pelo crescimento de microrganismos nocivos que se instalam e se multiplicam no parênquima pulmonar. O resultado é um comprometimento do sistema respiratório do felino.
Gravidade da doença: | Média |
Risco de óbito: | Sim |
Transmissível aos humanos: | Não |
Alguns dos sintomas mais comuns de pneumonia felina são:
O protocolo de tratamento do pet só pode ser definido pelo médico-veterinário. Dar qualquer tipo de tratamento caseiro ou alternativo sem respaldo profissional não é recomendado e pode piorar o quadro da doença.
Geralmente, ao realizar o diagnóstico por exame de imagem e for constatada a presença da bactéria, o recomendado é o tratamento via antibioticoterapia. Se o apetite do gatinho não voltar, é comum incluir alguns tipos de estimulantes alimentares.
A prevenção mais efetiva contra a doença é a vacina quádrupla (V4), responsável por proteger os bichanos de inúmeras enfermidades, incluindo a pneumonia felina.
É uma infecção causada pela bactéria Chlamydia Felis, que é causadora de algumas enfermidades oculares nos felinos, como a conjuntivite e, nesse caso, a clamídia.
A rinotraqueíte felina, doença que atinge o sistema ocular e respiratório do gato, é bem parecida nos seus sintomas, impactos e tratamento.
A clamidiose felina é uma zoonose altamente contagiosa que afeta o aparelho ocular do gato: começa pela conjuntiva dos animais e evolui para outros órgãos, principalmente ao sistema respiratório.
Secreções no contato entre felinos e o compartilhamento de comedouros e bebedouros são fatores de transmissão. Bichanos com idade inferior a 2 anos são mais propensos a contrair a doença.
A clamidiose felina deve ser levada a sério, já que pode ser facilmente confundida com conjuntivite ou outra infecção qualquer e levar ao óbito. Tutores de gatos, portanto, devem estar atentos a qualquer mudança comportamental grave do pet.
Gravidade da doença: | Média |
Risco de óbito: | Sim |
Transmissível aos humanos: | Sim |
Alguns dos sintomas mais comuns de clamidiose felina são:
O diagnóstico da doença é feito, geralmente, pelo oftalmologista veterinário por intermédio de exames PCR, Elisa, testes de Schirmer e fluoresceína, biomicroscopia ocular e fundoscopia.
O tratamento é medicamentoso, com o auxílio de antibióticos e pomadas específicas. Além disso, cabe ao tutor higienizar a região diariamente, de preferência com gaze e soro.
O cuidado deve ser redobrado, pois a doença pode afetar humanos e outros animais. Portanto, isole o pet de outros bichinhos que convivem no mesmo espaço até o final do tratamento.
A vacinação quádrupla (V4) e a polivalente são capazes de prevenir o gato da clamidiose felina, com o reforço sob recomendação veterinária.
Causada pelo calicivírus, um tipo de RNA vírus, a calicivirose felina é uma doença que costuma afetar o sistema digestivo, respiratório e ocular dos gatos. Às vezes, é assintomática, o que exige muita atenção dos tutores.
O contágio é simples: um gatinho infectado entra em contato com outro não infectado. Saliva, espirros e mucosas são portas de entrada para o vírus.
Gravidade da doença: | Média |
Risco de óbito: | Sim |
Transmissível aos humanos: | Não |
Alguns dos sintomas mais comuns de calicivirose felina são:
Não existe um medicamento específico para erradicar a doença do organismo dos gatos. Por essa razão, é fundamental receber orientações do médico-veterinário de confiança, a fim de seguir as recomendações indicadas para o tratamento.
Antibióticos, antitérmicos e readequação da dieta, geralmente, são os pilares para o tratamento da doença.
Seguir o calendário vacinal, visitar frequentemente o médico-veterinário e realizar a castração do pet pode evitar que ele seja acometido pela calicivirose felina.
Assim como os humanos, os rins são importantíssimos para a filtragem e eliminação de substâncias tóxicas presentes no organismo de felinos. Quando os órgãos responsáveis por essa tarefa não funcionam corretamente, a insuficiência renal pode acontecer.
Esse desalinhamento pode prejudicar o sistema urinário do gato, que pode não apresentar sintomas iniciais, colaborando para a evolução da doença.
Quando identificada logo no início e tratada corretamente, a insuficiência renal costuma não ser grave. Por outro lado, em casos mais graves, pode causar complicações sérias.
Gravidade da doença: | Baixa |
Risco de óbito: | Sim |
Transmissível aos humanos: | Não |
Alguns dos sintomas mais comuns de insuficiência renal são:
O tratamento da insuficiência renal depende da gravidade e do estágio da doença no organismo do bichano. Em casos leves, uma readaptação da dieta e da rotina de exercícios físicos é suficiente.
Já em situações mais graves, a dieta renal, a inserção de medicamentos, internação e até mesmo cirurgia são métodos para o controle da doença.
Evitar a insuficiência renal em pets não é muito diferente da prevenção em humanos: a hidratação constante aliada a uma rotina constante de exercícios físicos, dieta balanceada e visitas frequentes ao médico-veterinário para consultas e exames preventivos reduzem consideravelmente as chances da doença.
Existem doenças que são portas de entrada para diversas outras enfermidades. A obesidade é um desses casos, tornando o organismo dos gatos vulneráveis para outras condições graves, como a diabetes.
A obesidade acontece por inúmeros fatores, mas principalmente em felinos que não se exercitam, têm uma dieta desequilibrada, não contam com brinquedos e espaços interativos e não recebem os cuidados devidos após a castração.
É importante dizer que, assim como a castração, é comum que ao longo dos anos os bichanos diminuam seu nível de atividade. Sendo assim, a responsabilidade para evitar a doença cabe aos tutores.
Gravidade da doença: | Alta |
Risco de óbito: | Sim* |
Transmissível aos humanos: | Não |
*Há o risco de óbito pelas doenças que podem surgir devido à obesidade.
A obesidade é uma doença na qual é possível visualizar, ou seja, é nítido quando um gatinho está acima do peso. Sua cintura não se torna palpável, o abdômen está arredondado, há dificuldade para se locomover e o principal: seu peso corporal é desproporcional à sua altura e porte físico.
O melhor tratamento para gatos obesos deve acontecer sob orientação do médico-veterinário de confiança. Cada animal tem suas limitações e condição de saúde específicas, logo, não há tratamento único para todos os casos.
Gravidade da doença: | Média |
Risco de óbito: | Sim |
Transmissível aos humanos: | Sim |
Prevenir a obesidade é uma tarefa que depende dos tutores. Oferecer uma dieta com nutrientes completos, aderir a uma rotina de exercícios físicos e optar pela castração são atitudes que contribuem para gatinhos saudáveis e dentro do peso.
Gatos são exploradores por natureza e amam conhecer novos lugares, sentir novos cheiros e caçar pequenas presas. No entanto, esse espírito desbravador pode ocasionar algumas doenças, como a esporotricose felina.
Essa enfermidade é causada pelo Sporothrix schenckii, um tipo de fungo que está na natureza e acomete gatos que gostam de enterrar as fezes e afiar as unhas próximos de árvores e espinhos de plantas, como é o caso da roseira.
Essa é uma das doenças de pele em gato mais comuns. O fungo entra em contato com o felino e pode causar diversas feridas e complicações de saúde ao animal. Inclusive, trata-se de uma zoonose e pode ser transmitida aos seres humanos e outros animais.
Gravidade da doença: | Média |
Risco de óbito: | Sim |
Transmissível aos humanos: | Sim |
Alguns dos sintomas mais comuns de esporotricose são:
O diagnóstico, assim como o tratamento, só podem ser definidos pelo médico-veterinário. É comum que sejam utilizados antifúngicos orais, antibióticos e pomadas específicas para o tratamento.
Evitar o contato do felino com gatos infectados é o primeiro passo para a prevenção da esporotricose. Outra dica é higienizar constantemente o ambiente que o bichano vive e impedir que ele saia na rua sozinho, já que há o risco dele frequentar vegetações contaminadas.
Cuidar de um peludo tem lá seus desafios, não é mesmo? Como você pode perceber, grande parte das doenças apresenta sintomas comuns, dificultando a identificação logo de cara.
Mantenha um olhar atento ao seu bichano e faça visitas frequentes ao médico-veterinário. Dessa forma, você evita a evolução de diversas enfermidades e consegue diagnosticar várias delas logo no início, facilitando o processo de recuperação.
Conhecer a fundo os hábitos e predisposições de saúde do seu felino é fundamental para oferecer os melhores cuidados ao peludinho. Por isso, conheça o guia de raças da Tudo de Bicho. Lá, você encontrará informações valiosas ao seu gatinho. Clique no banner e confira!
Jornalista, escritor, viajante e curioso por — e pela — natureza. Escreve para a Tudo de Bicho desde 2023.
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