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Se você nunca teve, provavelmente já conheceu algum amigo ou familiar criador de um papagaio de estimação. Essa ave, presente na cultura popular brasileira em músicas, contos, filmes e piadas, desperta muita curiosidade em seus hábitos de vida, principalmente na habilidade de memorizar e reproduzir falas humanas.
É comum que muitas pessoas conheçam o papagaio como uma espécie única, o chamado “Louro”. No entanto, saiba que existem centenas de espécies de papagaios pelo mundo, e boa parte delas vive no Hemisfério Sul, principalmente no Brasil.
Papagaios são animais majestosos, belos, sociáveis e muito inteligentes! A espécie é conhecida por ter um amplo código de comunicação e uma rede de relacionamentos muito mais complexa do que se imagina.
Que tal separar um tempinho para conhecer um pouco mais dos hábitos de vida dessa ave tão famosa? No texto, você vai conferir todas as características físicas e comportamentais do papagaio. Vamos lá? 🦜
O Brasil é lar de uma das espécies mais conhecidas de papagaio, o chamado papagaio-verdadeiro, apelidado de louro. Porém, ao contrário do que muitos imaginam, esta não é a única variação da espécie.
Parte da família dos psitacídeos — como araras, periquitos e cacatuas —, existem mais de 350 tipos de papagaios pelo mundo, e o papagaio-verdadeiro é somente um deles.
Mas, afinal, o que é um papagaio? É possível defini-lo por duas características. A primeira é em relação ao bico, que deve ser curvo e com aquela pontinha bem fina, ideal para quebrar castanhas e abrir frutas.
O segundo atributo é ter os pés zigodáctilos: dois dedos voltados para frente e dois dedos voltados para trás.
Altura média: | 35 cm |
Peso médio: | 400 g |
Cores: | verde, amarelo, laranja e azul |
Uma grande dúvida sobre os papagaios é quanto eles podem viver. Na verdade, isso vai depender de uma espécie para outra, mas, em média, essas aves podem ultrapassar os 60 anos de vida!
Algumas espécies de papagaios podem viver menos, de acordo com o ambiente onde vivem e também pelos cuidados recebidos ao longo da vida. No entanto, quanto mais próximos da natureza esses animais estiverem, mais extensa é sua expectativa de vida.
O papagaio selvagem kakapos, por exemplo, pode superar os 80 anos de vida, idade que pode superar a expectativa de vida dos humanos.
Em cativeiro, no entanto, seu tempo de vida tende a ser bem menor, algo em torno de 20 anos. A explicação é que a ave está fora de seu habitat natural e, na maioria das vezes, longe de outros exemplares da espécie.
Distantes do ambiente em que nasceram para viver, presas a maior parte do dia e sem a possibilidade de voar, essas aves até podem viver bem, mas nada comparado a se estivessem dentro das florestas tropicais próximas de outras aves do bando.
Que os papagaios são ótimos comunicadores, imitadores e pets extremamente carinhosos e companheiros, é provável que você já saiba. No entanto, a espécie é marcada pela complexidade das relações criadas entre os membros do bando.
Na vida selvagem, é comum que essas aves andem em bandos de mais de 100 papagaios e utilizem de sua riqueza vocal para compartilhar informações sobre comida e reprodução, em forma de assobios, gritos e pios.
A comunicação, portanto, torna-se necessária para a sobrevivência das aves, para a longevidade da espécie e também para que os pássaros se sintam parte do grupo.
Não pense que para por aí: é possível que os papagaios também se comuniquem por meio das penas de suas caudas e “corem” para transmitir mensagens de medo, raiva, felicidade e excitação.
Estamos falando de exímios imitadores dos sons que o cercam, inclusive de frases, palavras e músicas humanas. Afinal, quem nunca ouviu alguma piada de um louro qualquer que diz algo inconveniente, não é mesmo?!
Isso é possível graças à siringe, uma estrutura vocal semelhante às cordas vocais humanas presente entre os pulmões e traqueia das aves, que lhes permite controlar com precisão o fluxo de ar e a vibração das membranas vocais.
Por essa razão, o papagaio não entende exatamente o sentido da frase, mas a vibração sonora da palavra. Habilidosos na arte da imitação, esses animais conseguem reproduzir perfeitamente o vocabulário humano.
Entretanto, isso acontece com aves que convivem com seres humanos. Na natureza, esses “copiadores” são capazes de imitar diversos outros pássaros e sons das florestas, habilidade muito útil para se livrar de predadores e para encontrar comida.
Papagaios habitam o Hemisfério Sul, região onde as temperaturas são mais quentes e úmidas, ideias para a vida e longevidade da espécie. Sendo assim, Argentina, Bolívia, Paraguai e boa parte da América do Sul são o “berço” dessas aves, inclusive o Brasil.
Com exceção da Região Norte, os papagaios estão presentes em todas as outras partes do país. Os Estados mais comuns são:
Além de belos, os papagaios são seres sociáveis, comunicativos, afetuosos e coletivos. Embora seu comportamento mude a partir do ambiente onde vivem, existem características comportamentais comuns entre as aves que vivem na natureza e as que são domesticadas.
Tratam-se de aves dóceis e muito brincalhonas! Quando vivem com famílias humanas, o relacionamento costuma ser agradável e muito próximo, uma vez que os papagaios precisam de um “bando” para fazer parte.
Na natureza, esse espírito coletivo aflora ainda mais, pois o bando só consegue sobreviver pela cooperação de todos os integrantes. Esses pássaros estão acostumados a dividir a comida, o local para dormir e até mesmo podem esquentar membros com frio.
Quando pensamos no que papagaios comem, logo vem à mente o alpiste, não é mesmo? Pode não parecer, mas papagaios são onívoros e se alimentam basicamente de uma dieta de grãos, folhas e pequenos insetos.
O cardápio dessas charmosas aves pode variar de uma espécie para a outra e também de região para região, devido à escassez ou abundância de alguns alimentos.
Algumas espécies que vivem em mangues e regiões muito úmidas podem optar pela argila, suplemento muito nutritivo para a espécie. Outras, no entanto, podem se alimentar de nozes não digeridas em esterco de gado.
Com o bico desenvolvido para encontrar o recheio de grãos e frutas, os alimentos mais adorados por esses pássaros são:
No caso de papagaios criados em cativeiro, a base alimentar da espécie pode mudar, principalmente por não conseguirem procurar o próprio alimento e, dessa forma, variar o próprio cardápio.
Para resolver esse problema é necessário oferecer um misto de ração, grãos e frutas variadas, a fim de não exagerar em uma única fonte alimentar e acabar deixando o animal com deficiências calóricas.
Você sabia que a maioria das espécies de papagaios é monogâmica? Isso significa que eles escolhem a parceira assim que atingem a maturidade sexual — entre dois e três anos — e vivem a vida todinha juntos. 🩷 Se um papagaio perde sua parceria, dificilmente encontra outra.
É comum que as fêmeas botem cerca de ovos entre setembro e março, período de reprodução da espécie, que vão eclodir após um mês. O macho fica responsável por trazer alimento ao ninho.
Ao contrário dos humanos, que precisam de um bom tempo de cuidados parentais, os papagaios já começam a explorar o mundo sozinhos a partir dos dois meses de idade, momento em que saem do ninho.
A reprodução costuma acontecer em barrancos e buracos de árvores. Os ninhos, no entanto, podem variar entre as espécies e as condições do ambiente. Os locais mais comuns de incubação são cavidades rochosas, túneis, ocos de árvores ou até mesmo cupinzeiros.
Os papagaios são seres importantíssimos para o ecossistema das florestas tropicais onde vivem. Comilões e curiosos, as aves jogam muitos restos de frutas, sementes e grãos pelo chão, contribuindo para a manutenção da flora e para a regeneração de diversos biomas.
Os benefícios dos papagaios para o meio ambiente não param por aí: eles ainda podem nutrir o solo por meio dos excrementos, o que promove o crescimento e expansão de florestas e pastagens.
A vida do papagaio na natureza pode ter seus desafios. Um deles é fugir de predadores, que ficam à espreita dos bandos de centenas ou milhares de exemplares da espécie.
Geralmente, os predadores mais comuns da espécie são falcões, corujas, águias, onças, cobras, jaguatiricas, morcegos e macacos. Na vida doméstica, os inimigos do papagaio são, além de humanos mal-intencionados, gatos, gambás e pequenos mamíferos.
Mas não pense que papagaios são presas fáceis, pelo contrário. Ariscos e ágeis, eles têm um código de defesa muito bem estabelecido.
Quando são capturados, usam seu bico forte e pontiagudo e sua garra para ferir o predador. Quando não conseguem, ficam em silêncio por um tempo até que rapidamente contra-atacam em uma tentativa de escapar.
É momento de descobrir algumas informações um tanto quanto curiosas da espécie. Conheça quatro curiosidades sobre o papagaio e aproveite para conferir quais destas você já conhecia.
O pé esquerdo do papagaio é mais desenvolvido que o direito, o que o faz ser “canhoto” por natureza. Em sua grande maioria, a garra esquerda é responsável por levar a comida à boca, assim como em momentos de ataque e brincadeiras.
Um papagaio-cinzento-africano chamado Alex intrigou os cientistas. A ave desenvolveu uma inteligência muito superior aos demais da espécie e foi capaz de contar até seis, distinguir objetos e até mesmo inventar palavras.
O papagaio kakapo noturno, originário da Nova Zelândia, é considerado o mais pesado da espécie. Exemplares adultos podem chegar a pesar até 4 quilos, o mesmo que um gato doméstico ou um cachorro de pequeno porte.
Um papagaio-verdadeiro chamado Poncho, conhecido por estrelar diversos filmes, foi considerado o papagaio mais velho do mundo. Ele morreu em 2023 com 97 anos de idade, completando quase um século de vida.
Se você só conhece o papagaio-verdadeiro como pet, saiba que existem outras espécies de papagaio que podem servir como animais de estimação em lares de humanos. Conheça as mais comuns:
Papagaio-cinzento-africano | Com corpo cinza e cauda vermelha, é uma das espécies de papagaios mais inteligentes. Mede entre 25 cm e 30 cm e costuma ser muito dócil e afetuoso com sua família humana. |
Papagaio-ecletus | Mais comum em países da Oceania, o papagaio costuma vocalizar pouco, somente quando se sente ameaçado. Assim como a maioria dos papagaios, pode reproduzir falas humanas. |
Papagaio-do-mangue | Também conhecido como papagaio-de-cara-roxa (por conta da mancha no rosto), mede entre 31 cm e 34 cm de comprimento e pode pesar entre 298 g e 469 g. Sua personalidade é tranquila e brincalhona. |
Papagaio-de-peito-roxo | Uma das mais belas espécies de papagaio, já que apresenta uma coloração roxa muito charmosa na região do peito. É muito comum vê-los nas regiões Sul e Sudeste. |
Papagaio-moleiro | Suas penas alternam entre o verde e tons de branco como se fossem “pó de maquiagem”. É conhecido popularmente como moleiro, ajuruaçu e juruaçu e pode ser domesticado. |
O processo de legalização pode ser demorado, em especial para espécies muito raras no país. Para isso, é necessário seguir as orientações do IBAMA, que costuma exigir o criatório autorizado e a nota fiscal da compra e domesticação de aves silvestres.
Se você deseja ter um papagaio de estimação, a recomendação é coletar informações no site oficial do IBAMA e conferir informações sobre a Associação Brasileira de Criadores de Psitacídeos.
Tutores de aves silvestres precisam entender a importância das boas práticas de cuidados com animais que vivem longe do seu habitat natural.
Ao contrário dos cães e gatos, pets que se adaptaram ao longo do tempo ao convívio urbano, muitos pássaros sentem o peso de viverem em gaiolas e longe de outros da espécie.
Por essa razão, é fundamental deixá-lo o mais livre possível e, em muitos momentos do dia, fora da gaiola.
Preocupe-se em escolher a alimentação ideal e nutricionalmente completa e uma gaiola ampla com comedouro e bebedouro limpos e funcionais, além de brinquedinhos e petiscos.
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Jornalista, escritor, viajante e curioso por — e pela — natureza. Escreve para a Tudo de Bicho desde 2023.