Cachorro
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Redação TdB
22 de março de 2024Os cães, com sua lealdade e inteligência únicas, têm conquistado corações e lares há séculos. Não é à toa que são conhecidos como o melhor amigo do homem!
Em alguns casos, os peludinhos podem desempenhar um papel fundamental na vida de seus tutores. Os cães-guia são um claro exemplo disso: com treinamento especializado, auxiliam pessoas com deficiência visual a enfrentar os desafios diários com mais segurança.
Chegou a hora de conhecer mais sobre eles e a importância vital que esses amigos de quatro patas têm na vida de quem depende da sua assistência. Vamos nessa?
O cão-guia, também chamado de cão de assistência, é um cachorro que passa por um adestramento bastante cuidadoso e intenso, que o capacita para auxiliar pessoas portadoras de deficiência visual no seu dia a dia. 🦮
Esses cães de serviço, ao se tornarem os olhos de quem assistem, fornecem para seus tutores maior independência e autonomia para realizar tarefas sem a necessidade de outras pessoas por perto.
Cães-guia são indicados para cegos e pessoas com deficiência visual que possuam uma capacidade ocular menor do que 0,3 e maior ou igual a 0,05 no olho mais saudável.
Mesmo nos casos do uso de lentes de contato ou óculos, é um direito desses cidadãos ter um cão-guia como acompanhante, sendo possível que o animal o acompanhe em lugares públicos e até mesmo em viagens de avião.
Vale considerar também que nem todas as pessoas com algum tipo de deficiência visual podem se adaptar com um companheiro de quatro patas para ajudá-los.
Sendo assim, é necessário que o tutor tenha um perfil compatível com o do cachorro. Humanos mais agitados ou inseguros, por exemplo, podem transmitir essas sensações para o pet e dificultar o seu desempenho.
Ser cão-guia é um trabalho para os caninos e, assim como qualquer trabalho humano, a função exige certas responsabilidades. Algumas delas são:
Cada uma dessas tarefas é fundamental para que pessoas portadoras de deficiência visual possam realizar suas atividades com maior independência e sem preocupações.
Ao se tratar de cães-guia, é preciso avaliar alguns fatores antes de considerar se o animal é apto para realizar este trabalho.
Isso porque, além do porte, que precisa ser de médio a grande para poder conduzir uma pessoa, são consideradas algumas características, como temperamento, inteligência e capacidade de adaptação a distintos ambientes.
Existem raças que naturalmente já possuem os critérios acima e, por isso, se tornam as melhores candidatas para a função de guias para humanos. Veja quais são:
Considerada uma das raças mais populares de cão-guia, os labradores são conhecidos por sua inteligência, amabilidade, disposição e ótima capacidade de adaptação a diferentes ambientes.
Apesar de labradores e goldens serem as escolhas mais comuns para cães-guia, o pastor alemão também é bastante popular e possui características que fazem dele um ótimo companheiro e trabalhador.
Esta raça é valorizada por sua lealdade, instinto protetor, inteligência e habilidades de trabalho. Esses cachorros, portanto, possuem facilidade em aprender comandos complexos e responder rapidamente às instruções de seus tutores.
Os cachorros da raça golden retriever se destacam por sua inteligência aguçada e temperamento afetuoso, que permite formar laços profundos com seus tutores e estarem sempre prontos para ajudar.
Isso faz deles companheiros fieis e obedientes para os humanos que precisam de assistência visual.
Embora todas as raças citadas sejam sociáveis e adoráveis, não se deve acariciar nem alimentar cães-guia enquanto estão trabalhando.
Como foi dito anteriormente, uma de suas responsabilidades é garantir a segurança de seus tutores, e isso requer foco. Acariciá-los ou tentar alimentá-los pode gerar distrações e comprometer o cuidado e a eficácia do animal durante seu trabalho.
Portanto, nada de interferir nas tarefas do cão-guia enquanto estiverem com seus donos, combinado?
O treinamento de cães-guia é um processo cuidadoso e bastante completo, que pode levar até dois anos para ser concluído e iniciar quando os cachorros ainda são filhotes.
Para se tornar qualificado para auxiliar um humano, os cães precisam passar por algumas etapas:
A primeira etapa antes mesmo do treinamento iniciar é a seleção dos animais. Nesse momento, é necessário que sejam cachorros saudáveis física e mentalmente e que tenham um bom temperamento.
Embora certas raças tenham em sua grande maioria características que facilitem a adaptação para o trabalho de cão-guia, vale lembrar que cada cachorro é único e possui uma personalidade própria.
Portanto, ser de uma determinada raça não garante que o animal esteja apto para a função, o que torna necessária uma avaliação comportamental individual.
Os filhotes selecionados passam por um período de socialização com uma família hospedeira voluntária no qual são expostos a uma variedade de ambientes, estímulos sensoriais e pessoas para ajudá-los a se acostumar com diferentes situações e desenvolverem confiança.
Ainda com sua família hospedeira, os cães iniciam seu treinamento e aprendem comandos básicos de obediência, como sentar, deitar, ficar e vir ao ser chamado.
Após aproximadamente um ano com a família voluntária, o cachorro vai para uma instituição especializada e começa o treinamento mais específico para o trabalho de cão-guia.
Nesse treinamento, o animal irá aprender a desviar de obstáculos, encontrar pontos de referência, diferenciar direita e esquerda, entre outros comandos.
É aqui também que os cães são colocados à prova, sendo aprovados ou não para exercer a função de cão-guia.
Por fim, ao finalizar seu treinamento e ter sido considerado apto para o trabalho, o cão-guia passa por uma prova final junto ao seu provável tutor.
Aqui, tanto o cachorro quanto o humano passam por um período de teste para se conhecerem e observar se ambos são compatíveis e podem criar um vínculo entre si. Isso costuma durar de três a seis semanas.
Caso não tenham afinidade, o cão é conduzido para outra pessoa e um novo bichinho é direcionado para o humano.
Existem alguns critérios que devem ser cumpridos para poder contar com o auxílio de um cão-guia, são eles:
Cumprindo esses requisitos, as pessoas interessadas devem entrar em contato com as organizações específicas próximas à sua região para obter mais informações sobre os processos de aplicação.
Adquirir um cão-guia no país pode demorar bastante, por isso é preciso ter muita paciência e não desanimar durante o processo.
Se você tem interesse em adquirir esse tipo de companheiro peludo e trabalhador, já deve ter se perguntado quanto custa um cão-guia.
No Brasil é possível conseguir cães-guia de graça, doados por instituições sem fins lucrativos, especializadas no treinamento e fornecimento de cães-guia para pessoas com deficiência visual.
Essas organizações costumam cobrir seus custos de criação, treinamento e manutenção dos animais através de doações, patrocínios e subsídios.
Assim como os trabalhadores humanos, os trabalhadores caninos também têm direito à aposentadoria. Afinal, com o passar dos anos, é natural que eles também fiquem cansados e percam aos poucos as habilidades para realizar seu trabalho com a segurança necessária.
Outra situação que pode levar à aposentadoria dos cães é quando os animais apresentam problemas de saúde que afetem sua capacidade de trabalho.
Em média, a aposentadoria dos cães-guia ocorre entre os 8 e 10 anos de idade. Nesse momento, é dada ao tutor do cão a opção de mantê-lo como animal de estimação em sua casa ou transferi-lo para uma família adotiva.
O Dia Internacional do Cão-Guia, celebrado no dia 28 de abril, é uma ocasião dedicada a homenagear o papel vital que os cães-guia desempenham na vida das pessoas que necessitam de sua assistência.
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